Paredes pichadas, becos estreitos,
Casas amontoadas, campos de barro,
Florestas ao redor, crianças descalças
Empinando pipas — lá ninguém usa paletó.
Vielas estreitas, vias cruzadas,
Comunidade, rapaziada,
Famílias de bem —
Mas se a nobreza retrata,
A tela exibe a pobreza.
Precisa:
De quem olha?
De quem cuide?
De quem o recrie?
Oh! Brasil, tu que és nobre e sutil,
Mostras tuas calçadas, tuas ilhas,
Esnobes teus prédios altos, teus pomares,
Tuas praças requisitadas, teus faróis,
Teus arquipélagos e monumentos importantes.
Ah! Brasil, tu que escondes essa face,
Aos teus olhos, não tão importante —
Isso é repugnante.
Fala, oh Brasil, das estradas de lama,
Dos rios impactados, das palafitas em meio aos lagos,
Daqueles que gritam:
"Quero dignidade! Sou cidadão!"
Ainda que com os pés descalços,
Carrego-te no coração.
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Autor:
Nalva Melo (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 30 de agosto de 2025 17:53
- Comentário do autor sobre o poema: Brasil, Face Oculta" nasceu do meu olhar atento e do coração inquieto. Escrevo para dar voz ao que é esquecido, para revelar o que é escondido. Cada verso é um grito silencioso, uma memória viva, uma esperança teimosa. Sou Nalva Melo, e minha poesia é feita de barro, de becos, de verdade.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 17
- Usuários favoritos deste poema: elfrans silva
Comentários2
Agora piorou..........
Realmente! Obrigada poetiza??
Bonito texto!
Abracos
Obrigada Poeta!??
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