Peço-lhe desculpas por minha velhice.
Com minhas pálpebras baixas, sou assim,
Velho! Destituído de meus dias iluminados,
distantes dos amores, dos sonhos de outrora.
Agora carrego essa resignação, esse fantasma,
esses impertinentes silêncios e essas sombras.
Muitas marcas em meu corpo, tantas dores sentidas.
Um caminhar trôpego, minhas pernas claudicantes...
Quantos anos eu tenho?
Não importa, o que importa são meus desamores,
minha solidão impertinente, meus desafetos e medos.
Tanta limitação me consumindo todos os dias...
A velhice é feia, caótica, humilhante. Maldita velhice!
Náufrago da vida, ando aqui buscando meu canto,
minhas lembranças entre resmungos monossilábicos.
Assim sigo, contemplo os ruídos da vida, meus ruídos...
Comentários3
Também não aguento essa glamorização da velhice. DETESTO ISSO!
Oi, Drica!
Amei seu comentário.
Bjs
Bom dia, poeta Jonas!
Ela é inevitável, claro,mas vive- lá intensamente é possível.
Muito lindo seu poema.
Meu abraço!
Oi, tudo bem?
Obrigado por sua leitura.
Bjs
Seu poema é um sopro intenso de humanidade: ele não apenas fala da velhice, mas a faz pulsar diante de nós — com suas dores, silêncios e fantasmas. Cada verso carrega o peso da vida vivida e, ao mesmo tempo, uma beleza áspera, que emociona justamente por não se esconder atrás de ilusões. É como se sua escrita desse voz ao que tantos sentem, mas poucos ousam dizer: a velhice é dura, mas também poesia.
Gostei. Sua sensibilidade, não porque elogiou minha poesia, mas por refletir aquilo que eu quis expressar.
Quero abrir a sua caixa de pandora. Fiquei curioso.
Um grande abraço.
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