Peço-lhe desculpas por minha velhice.
Com minhas pálpebras baixas, sou assim,
Velho! Destituído de meus dias iluminados,
distantes dos amores, dos sonhos de outrora.
Agora carrego essa resignação, esse fantasma,
esses impertinentes silêncios e essas sombras.
Muitas marcas em meu corpo, tantas dores sentidas.
Um caminhar trôpego, minhas pernas claudicantes...
Quantos anos eu tenho?
Não importa, o que importa são meus desamores,
minha solidão impertinente, meus desafetos e medos.
Tanta limitação me consumindo todos os dias...
A velhice é feia, caótica, humilhante. Maldita velhice!
Náufrago da vida, ando aqui buscando meu canto,
minhas lembranças entre resmungos monossilábicos.
Assim sigo, contemplo os ruídos da vida, meus ruídos...