Às vezes, procuramos a cura
nos olhos de outrem,
nas mãos estendidas,
no calor de uma alma que se encontra.
Há dias de sorte —
quando o toque nos sara,
quando a dor se dissolve
na partilha do existir.
Mas, em outras vezes,
a cura se disfarça em veneno,
invade o peito em silêncio
e corrói sem aviso.
O antídoto é a liberdade:
cuspir o veneno,
romper correntes,
seguir em busca do que é verdadeiro.
A cura pode morar em nós,
nas pequenas coisas
que o coração distraído não vê.
E mesmo na dor mais funda,
quem deixa de buscar
é quem, de fato, deixa de viver.
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Autor:
Medusa (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 26 de agosto de 2025 07:54
- Comentário do autor sobre o poema: A cura, às vezes, vem disfarçada — pode ser abraço, pode ser veneno. Mas aprendi que o segredo está em continuar caminhando, mesmo quando o chão parece ruir. Talvez a cura não esteja fora, mas nas pequenas frestas de luz que guardamos em silêncio dentro de nós.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 12
Comentários1
Nossa que poema lindo. Você tem um dom com as palavras. A cura por um abraço sempre é bem vindo, mas um beijo na face por traição não é nada bom. Parabéns poetisa.
Muito obrigada pelo carinho e pela leitura!
É verdade, o abraço pode curar, mas a dor da traição também deixa marcas.
Comentários como o seu me incentivam a continuar escrevendo. ??
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