O Antídoto

Minha Caixa de Pandora

Às vezes, procuramos a cura

nos olhos de outrem,

nas mãos estendidas,

no calor de uma alma que se encontra.

 

Há dias de sorte —

quando o toque nos sara,

quando a dor se dissolve

na partilha do existir.

 

Mas, em outras vezes,

a cura se disfarça em veneno,

invade o peito em silêncio

e corrói sem aviso.

 

O antídoto é a liberdade:

cuspir o veneno,

romper correntes,

seguir em busca do que é verdadeiro.

 

A cura pode morar em nós,

nas pequenas coisas

que o coração distraído não vê.

 

E mesmo na dor mais funda,

quem deixa de buscar

é quem, de fato, deixa de viver.

  • Autor: Medusa (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de agosto de 2025 07:54
  • Comentário do autor sobre o poema: A cura, às vezes, vem disfarçada — pode ser abraço, pode ser veneno. Mas aprendi que o segredo está em continuar caminhando, mesmo quando o chão parece ruir. Talvez a cura não esteja fora, mas nas pequenas frestas de luz que guardamos em silêncio dentro de nós.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 12
Comentários +

Comentários1

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Nossa que poema lindo. Você tem um dom com as palavras. A cura por um abraço sempre é bem vindo, mas um beijo na face por traição não é nada bom. Parabéns poetisa.

    • Minha Caixa de Pandora

      Muito obrigada pelo carinho e pela leitura!
      É verdade, o abraço pode curar, mas a dor da traição também deixa marcas.
      Comentários como o seu me incentivam a continuar escrevendo. ??



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.