Sonhei com um amor que nunca veio.
Um vulto.
Uma respiração encostada na minha pele
mas feita só de ar.
Alimentei essa ausência
como quem oferece pão a um espelho
ele nunca come,
mas ainda assim eu insisto.
Há uma beleza cruel nisso
amar o que não existe
é abraçar um fantasma
e sentir o frio como se fosse calor.
Às vezes penso que inventei demais.
Outras,
que a vida me roubou algo
que jamais chegou a ter forma.
E mesmo assim…
quando fecho os olhos,
sinto uma mão que não existe
segurar a minha,
como se o nada
pudesse me amar de volta.
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Autor:
M.V 🥀 (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 25 de agosto de 2025 22:55
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 18
Comentários1
Que poema delicado e cortante — como um sussurro que ecoa no vazio.
É raro ver a ausência ganhar forma tão viva, tão íntima.
Você transformou o nada em presença, e o silêncio em abraço.
Bravo, poeta — há beleza até naquilo que nunca chegou.
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