No ventre da semana, ele repousa,
Domingo, dia de alma preguiçosa.
Chega manso, com cheiro de café,
E o tempo parece andar a pé.
Sol se espreguiça entre cortinas,
Risos ecoam nas cozinhas.
O mundo desacelera, enfim,
E tudo parece ter mais fim.
Rede balança em silêncio lento,
Pensamentos flutuam no vento.
Livros abertos, pés descalços no chão,
Coração em paz, sem direção.
Mas o relógio, traiçoeiro e frio,
Sussurra que há um novo desafio.
O céu se tinge de um tom mais sério,
E o descanso vira mistério.
Num sopro, ele se desfaz no ar,
Como brisa que não quis ficar.
Domingo, doce e passageiro,
Nos deixa sempre um gosto inteiro.
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Autor:
Medusa (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 24 de agosto de 2025 07:25
- Comentário do autor sobre o poema: Domingo, esse dia que chega como um abraço e parte como um suspiro.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 21
Comentários1
Como disse o poeta e filósofo suíço Henri Amiel, "a divagação é o domingo do pensamento". E parafraseando Fernando Pessoa ("domingo irei para as hortas das outras pessoas") vim hoje até tua horta e gostei das hortaliças do teu canteiro. Parabéns
Receber tuas palavras foi como sentir o sol da manhã aquecendo minha horta — suave, generoso, cheio de sentido.
Obrigada por passear por entre meus temperos e deixar esse rastro de beleza.
Volte sempre — há sempre mais sementes querendo florir.
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