No ventre da semana, ele repousa,
Domingo, dia de alma preguiçosa.
Chega manso, com cheiro de café,
E o tempo parece andar a pé.
Sol se espreguiça entre cortinas,
Risos ecoam nas cozinhas.
O mundo desacelera, enfim,
E tudo parece ter mais fim.
Rede balança em silêncio lento,
Pensamentos flutuam no vento.
Livros abertos, pés descalços no chão,
Coração em paz, sem direção.
Mas o relógio, traiçoeiro e frio,
Sussurra que há um novo desafio.
O céu se tinge de um tom mais sério,
E o descanso vira mistério.
Num sopro, ele se desfaz no ar,
Como brisa que não quis ficar.
Domingo, doce e passageiro,
Nos deixa sempre um gosto inteiro.