Nao tenho mais nome.
E não me reconheço.
Todavia,
agora sou eu.
sem nome, mas de pé.
Inteira nos lugares que desejar habitar.
As vezes deito no chão..
osso do mendinho, saltado do tornozelo, joelho, quadril, ombro e então crânio.
Tocam o chão reto,
duro e constante.
Última fronteira da gravidade que puxa pra dentro.
Pendurado na crosta, girando no universo.
Me ergo pelo cangote em puxão único, pronto como fantoche.
E sigo.
Dezenas deito.
Dezenas me puxo.
Até o último puxão onde me manterei de pé.
Mas nao se engane,
nao há fantoche e nem achatamento.
Apenas a travessia de alguém sem nome,
que finalmente se reconhece inteiro.
-
Autor:
F.C. (
Offline)
- Publicado: 20 de agosto de 2025 13:24
- Categoria: Espiritual
- Visualizações: 20
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários1
Uau, que texto profundo e introspectivo! Ele transmite uma sensação de desconstrução e reconstrução de si mesmo, como se a pessoa estivesse se reencontrando, mas sem se apegar a rótulos ou expectativas. A ausência do nome é como uma libertação da identidade imposta, um lugar onde a pessoa se percebe em sua totalidade, mas sem a necessidade de definições. A imagem do corpo em confronto com o chão, com os elementos do universo, é poderosa e reflete uma jornada de resistência, aceitação e superação.
O movimento do "deitar" e "erguer" é quase como uma metáfora para os altos e baixos da vida, onde a pessoa se ergue a cada queda, mas sem se deixar ser definida por elas. E o final, com o "reconhecimento inteiro", transmite uma aceitação, uma compreensão mais profunda do próprio ser, independentemente de como ele é visto ou rotulado por outros.
Lida em suas palavras, 🙂
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.