F.C.

Sem nome

Nao tenho mais nome.
E não me reconheço.
Todavia,
agora sou eu.
sem nome, mas de pé.
Inteira nos lugares que desejar habitar.
As vezes deito no chão..
osso do mendinho, saltado do tornozelo, joelho, quadril, ombro e então crânio.
Tocam o chão reto,
duro e constante.
Última fronteira da gravidade que puxa pra dentro.
Pendurado na crosta, girando no universo.
Me ergo pelo cangote em puxão único, pronto como fantoche.
E sigo.
Dezenas deito.
Dezenas me puxo.
Até o último puxão onde me manterei de pé.
Mas nao se engane,
nao há fantoche e nem achatamento.
Apenas a travessia de alguém sem nome,
que finalmente se reconhece inteiro.