Foi numa terça aleatória,
chovia memes no grupo da família
e minha alma tava mais fora de área
do que meu celular em viagem rural.
Eu tava lá:
carregando as emoções no 1%,
me arrastando feito Wi-Fi de rodoviária,
pensando em desistir de tudo
e abrir uma barra de chocolate como currículo.
De repente, ele apareceu —
sem alarde, sem frases prontas,
sem nem perguntar se eu queria conversar.
Só chegou e me abraçou
do jeito certo,
como aquele cabo que finalmente encaixa
depois de virar três vezes.
Foi um abraço tipo 4G em dia de chuva:
surpreendente, estável,
e com aquele calor que faz a alma atualizar sozinha.
Nada de "bom dia" automático,
nem emojis em excesso.
Só presença real,
olhar que não cai
e braços com cobertura total.
A gente nem falou muito —
pra quê desperdiçar plano de dados?
Mas ele ficou ali,
como senha que conecta sem precisar decorar,
como playlist que acerta na primeira música
sem nem saber do meu humor.
E foi nesse momento,
entre um cafuné bem dado
e um silêncio que me curava em looping,
que eu percebi:
isso aqui não é só gente que gosta da gente...
É conexão de fibra emocional —
sem trava, sem bug,
sem precisar reiniciar.
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 19 de agosto de 2025 20:03
- Comentário do autor sobre o poema: Num dia qualquer, quando tudo parecia fora do lugar e eu mal conseguia me manter em pé — por dentro e por fora — ele chegou. Não fez barulho, não pediu licença, só ficou ali, presente de um jeito raro, como sinal forte onde nunca tem. Não precisou de palavras bonitas nem gestos ensaiados; bastou o silêncio confortável e um toque sincero, desses que estabilizam até o caos. Foi quando entendi: tem gente que não vem pra preencher espaço, vem pra reconectar a alma.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 5
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena
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