Foi numa terça aleatória,
chovia memes no grupo da família
e minha alma tava mais fora de área
do que meu celular em viagem rural.
Eu tava lá:
carregando as emoções no 1%,
me arrastando feito Wi-Fi de rodoviária,
pensando em desistir de tudo
e abrir uma barra de chocolate como currículo.
De repente, ele apareceu —
sem alarde, sem frases prontas,
sem nem perguntar se eu queria conversar.
Só chegou e me abraçou
do jeito certo,
como aquele cabo que finalmente encaixa
depois de virar três vezes.
Foi um abraço tipo 4G em dia de chuva:
surpreendente, estável,
e com aquele calor que faz a alma atualizar sozinha.
Nada de \"bom dia\" automático,
nem emojis em excesso.
Só presença real,
olhar que não cai
e braços com cobertura total.
A gente nem falou muito —
pra quê desperdiçar plano de dados?
Mas ele ficou ali,
como senha que conecta sem precisar decorar,
como playlist que acerta na primeira música
sem nem saber do meu humor.
E foi nesse momento,
entre um cafuné bem dado
e um silêncio que me curava em looping,
que eu percebi:
isso aqui não é só gente que gosta da gente...
É conexão de fibra emocional —
sem trava, sem bug,
sem precisar reiniciar.