A Arte de Encher Linguiça

Minha Caixa de Pandora

Redundância é tipo aquele tio no churrasco,
Que conta a mesma história — com mais detalhe e fiasco.
"Já falei, mas vou repetir", diz com orgulho,
Como se o mundo fosse surdo e ele, um oráculo em entulho.

Ela ama pleonasmos, vive de exagero,
"Subir pra cima", "hemorragia de sangue", sem desespero.
É o GPS da frase perdida,
Mesmo quando a frase já está bem entendida.

No e-mail corporativo, é rainha absoluta:
"Conforme mencionado anteriormente na minuta..."
E no discurso político? Ah, é poesia!
"Vamos avançar pra frente com sabedoria."

Redundância não erra — só se multiplica.
É o eco do ego, a vírgula que complica.
Mas no fim, quem somos nós pra julgar?
Se repetir é humano... redundar é poesia disfarçada de precisão.

  • Autor: Medusa (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 18 de agosto de 2025 09:03
  • Comentário do autor sobre o poema: Redundância, afinal, não é só excesso — é insistência com propósito, é o eco humano tentando garantir que foi entendido (ou admirado). Escrevi este poema como quem repete uma piada boa: sabendo que a graça está justamente em dizer de novo.
  • Categoria: Humor
  • Visualizações: 6


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