Não sei o que sou quando o corpo é um caos,
quando os dedos tremem e as palavras fogem junto com as ideias
são delírios que roçam a parede do peito,
são os piscares dos olhos repetitivo e rápido,
são suspiros sem significado e fim,
são gritos sem boca, são mordidas nos lábios sem nome e codinome.
Mas eis que o ônibus avança,
e a janela é um espelho de mundo.
Os prédios e casas escorrem, as luzes se alongam, e de repente, tudo é quieto.
O que era nó desata-se sozinho,
o que era espinho vira linha.
Cada rosto alheio é um destino alheio,
e eu, passageiro, descubro o meu.
Talvez a salvação seja isto...
Estar entre estranhos que não pedem nada,
enquanto a paisagem lá fora
faz sua caminhada
me ensina a ser estrada.
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Autor:
Anna Gonçalves (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 15 de agosto de 2025 19:18
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 24
- Usuários favoritos deste poema: JT.
Comentários2
Bravos. adorei.
Prazer.
JT
É como se forçar a ser estrada , quando nem ao menos conhece o caminho...e o passageiro passa a questionar se faz sentido passar por tudo sozinho!
EU ADOREI , de verdade que me conectei !!!
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