Entre o raso e o fundo

Rebecaa

 

É como se eu estivesse nadando
na superfície de um mar que parece raso,
mas é mais fundo do que eu esperava.
Acho que não deveria adentrá-lo;
tenho temor de me afogar.

E, afinal, eu quero mesmo me aprofundar?
Não quero deixar o mar agitado...
Já nadei por muitos mares inquietos,
como uma água fervente:
mantinha o fôlego,
mas também me faltava ar.

Gosto de nadar pela superfície serena,
mas a integridade me prende ao raso.
Quero saber quais animais habitam nele,
quais plantas, quais peixes...
Mas nado pelo raso com receio;
então, por que me arriscaria na armadilha dos peixes?

E se a correnteza me prender ao fundo?
Não há como sair ileso.
A cada dia que passa nesse raso,
sinto vontade de ir em direção ao fundo
e me afogar.

Eu deveria sair da superfície
e ir para a areia,
mas o raso me acalma,
e a areia me machuca.

O sol arde nos meus olhos,
os gritos perfuram meus ouvidos.
Mas, quando estou no mar,
tudo parece suportável.

  • Autor: Rebecaa (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de agosto de 2025 03:11
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema de forma mais indireta pq eu meio q fiz ele para ser mostrado a uma pessoa, e tenho um pouco receio de que ela descubra como me sinto. Estou postando aqui antes de mostrar o poema, pq quero saber se ficou apresentável
  • Categoria: Amizade
  • Visualizações: 14
  • Usuários favoritos deste poema: JT., Fabricio Zigante
Comentários +

Comentários1

  • JT.

    Mas quando estou no mar tudo me parece razoável, soaria bem melhor, afinal você esta num mar, raso/avel.
    Mas fundo ou raso, para mim ficou Show.
    Bravos poetisa.
    Bom Dia.
    JT

    • Rebecaa

      Agradeço pela ajuda! Bom dia

      • JT.

        Bom dia.
        Amiga Poetisa.
        Chato né esse cara.
        Por não aceitar as coisas como estão.
        Coisas dos Arianos.

        • Rebecaa

          Q nada! É sempre bom receber críticas construtivas. Confesso q não sei lidar muito bem com isso, mas esse caso em específico acho necessário.

          • JT.

            Eu também não sigo as lógicas.
            Mas acho que fundamental num poema e o final, se você derrapar no inicio, tem o meio para você reparar.
            Mas o final, tem o dever de impressionar o leitor, para que ele não saia frustrado.
            Ai, mesmo com a inspiração e preciso mudar contas vezes for para a coisa seja prata e não foliada.
            Se a critica for por vocabulário, como eu fui, a primeira vista, mas recuei e fui pelo todo da obra, ai sim
            Cheguei a conclusão, que com pressa de se ver a obra editada, não se fez a correção que se devia.
            Mas em fim.
            A Dona Rebeca sendo uma mimosa de uma poetisa.
            Levou minhas palavras em consideração, outro iria me plantar batatas.
            Boa tarde amiga poetisa.
            JT


            • Rebecaa

              Obrigada pela análise e pelos conselhos! Gosto de ouvir outras perspectivas.



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