Entre o raso e o fundo

Rebecaa

 

É como se eu estivesse nadando
na superfície de um mar que parece raso,
mas é mais fundo do que eu esperava.
Acho que não deveria adentrá-lo;
tenho temor de me afogar.

E, afinal, eu quero mesmo me aprofundar?
Não quero deixar o mar agitado...
Já nadei por muitos mares inquietos,
como uma água fervente:
mantinha o fôlego,
mas também me faltava ar.

Gosto de nadar pela superfície serena,
mas a integridade me prende ao raso.
Quero saber quais animais habitam nele,
quais plantas, quais peixes...
Mas nado pelo raso com receio;
então, por que me arriscaria na armadilha dos peixes?

E se a correnteza me prender ao fundo?
Não há como sair ileso.
A cada dia que passa nesse raso,
sinto vontade de ir em direção ao fundo
e me afogar.

Eu deveria sair da superfície
e ir para a areia,
mas o raso me acalma,
e a areia me machuca.

O sol arde nos meus olhos,
os gritos perfuram meus ouvidos.
Mas, quando estou no mar,
tudo parece suportável.

  • Autor: Rebecaa (Offline Offline)
  • Publicado: 15 de agosto de 2025 03:11
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi esse poema de forma mais indireta pq eu meio q fiz ele para ser mostrado a uma pessoa, e tenho um pouco receio de que ela descubra como me sinto. Estou postando aqui antes de mostrar o poema, pq quero saber se ficou apresentável
  • Categoria: Amizade
  • Visualizações: 16
  • Usuários favoritos deste poema: Fabricio Zigante


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