Ontem foi Dia dos Pais.
E hoje me pego amargurada,
sentindo falta de coisas
que nunca me foram dadas...
Mas pera — eu as recebi:
alimento, cuidado, carinho e mais.
Mas eu ainda senti falta...
Pois ainda me lembro
de te ver brincando,
usando um vestido verde
com toques de preto,
quando a mamãe não estava em casa.
Me lembro do pirulito feito com Toddy,
e como eu gostava.
Mas também me lembro do álcool,
que te fazia quebrar tudo —
e não sobrou quase nada.
Me lembro da última vez que te vi,
me mostrando seu RG
no batente da porta da sala.
E depois, te vi partir.
Tinha cinco anos,
mas esperei por ti.
Não teve pensão, conversa, nem visita.
A não ser quando, já com doze,
me enfiei na sua vida.
Você me mostrou pra toda a rua,
com tanto orgulho,
que pensei:
“Agora ele pelo menos me liga.”
Mas hoje, com 24 anos,
entendi finalmente:
quando um pai quer,
ele se faz presente.
Não some por completo.
Ah... isso já não me intriga.
Sei que foi melhor assim.
Feliz Dia dos Pais!
Não para o meu —
mas para os que se dedicam
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Autor:
Paulytha farias (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de agosto de 2025 20:18
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 6
Comentários1
É...
Muito difícil não ter boas lembranças, coisas que se vive e tem vontade que se repitam...
Mas a vida tem de seguir seu rumo e tentar não sofrer com essas ausências.
Belo texto reflexivo.
Boa noite, meu abraço!
Fico feliz que tenha gostado do poema e agradeço de coração pelo seu comentário. Meu abraço!
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