Abrigo ocupado

Haidra

 

Oque há comigo?

Sinto como se estivesse sonhando, sonhando viver.

E vejo tudo passar como um sopro,

Escorregando pelos meus dedos como sempre foi de se ser.

 

E quem me abandonou já está tão longe,

Mas minha mente permanece à puxa-los para perto,

Como se quisesse afiar umas verdades

E me lembrar quem de nós raramente está certo.

 

Todos esses momentos correm lentamente para a gente.

Se você não olha pra mim, tudo bem,

A culpa é minha, afinal, por achar que são apenas detalhes sutis que escaparam à sua mente.

Sejamos sinceros, sou eu quem quer algo que nasceu no fim.

 

Então, como em outras vezes,

Eu me escondo dentro desses quartos abandonados,

Onde só há silêncio...

Onde posso aprender à viver com o não-ser-amado

 

Talvez outro alguém,

Talvez outra vez.

Eu só sei de uma coisa: está tudo bem,

Ninguém é feito pra ser do outro,

Muito menos pra viver sozinho.

E no fim, sempre encontramos abraços

Que podemos chamar de abrigo.

  • Autor: Haidra. (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de agosto de 2025 17:30
  • Comentário do autor sobre o poema: Eu acho engraçado que, logo depois de analisar Labirinto de Munch, consegui traçar o caminho que liga esse poema à ele; Enquanto um caminha pelo eterno "outro alguém", desbravando os traços dos relacionamentos que encontramos no EXTERNO, o outro caminha pelo "eu", tateando curiosamente oque há no interno e o relacionamento que temos com ele.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 3


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