Enrolava-se a corda com mão de cuidado,
como quem faz mágica num gesto sagrado.
Depois, num impulso, o pião era lançado,
e o mundo girava num chão empoeirado.
Tinha de saber: o jeito, o balanço,
a força no ponto, o tempo no lanço.
Quando acertava, o danado rodava,
como quem dança e não quer mais nada.
Os olhos seguiam o giro encantado,
e o riso brotava do peito apertado.
Ali não havia vitória ou derrota —
só o pião girando, alma solta na rota.
Às vezes, batia pião com pião,
batalha de risos, poeira no chão.
Mas no fim, não era quem vencia,
era quem fazia rodar a alegria.
Hoje, meu mundo gira mais rápido, eu sei...
mas há um piãozinho guardado em algum lugar, talvez.
E sempre que a vida me pede mais chão,
fecho os olhos... e o vejo girar na minha mão.
11 ago 2025 (12:23)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 11 de agosto de 2025 11:23
- Comentário do autor sobre o poema: Era bom demais...
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 8
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Versos Discretos, Bela flor
Comentários2
Que gostoso seu poema. Me arremeteu no dia que fui aprender a jogar pião e ele voltou batendo na minha testa. Muito bom relembrar, bem divertido. Bom dia poeta.
Nossa..
Comigo pegou foi na canela...kkkkkkkkkk
Mas lembranças boas né....
Seguimos com as recordações....
ótimo poema, mesmo que eu não seja da época ainda é belo o poema, meus abraços
Satisfação meu amigo...
Época muito boa viu...
mais ainda vivo em nossas lembranças...
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