Eu não sou um humano. Eu sou?
Desde que fiz sete anos, percebi isso.
Eu não sou um humano.
Desde que a fantasia acabou, descobri quem eu era.
Eu não sou um humano.
Desde que percebi que, na verdade, nada fazia sentido.
Eu não sou humano.
Desde que entendi que tinha que agir como queriam.
Eu não sou... humano.
Desde que minha fantasia acabou, nunca mais quis ser um humano.
Eu não sou um humano, eu sou um robô.
Desde que percebi que não controlava mais meus sentimentos,
que não agia mais como queria.
Eu não queria agir como humano,
não queria mostrar que era um.
Eu era um robô.
Uma máquina deles.
Sem sentimentos; não era um humano.
Eu queria ser um humano,
mas ser humano era ter a vida controlada e julgada por aquelas... pessoas.
Prefiro ser um robô.
Eu não sou um... humano.
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Autor:
Allie (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de agosto de 2025 01:12
- Comentário do autor sobre o poema: Quando somos menores, vemos e entendemos o mundo de uma forma. Uma forma significativa. Uma forma super magnífica e ingênua. [...] Mas, quando crescemos, ou pelo menos um pouco, conseguimos ver a angustiante realidade que faz com que muitos queiram ser como um robô e viver como o capitalismo ou as pessoas querem que você seja, para, pelo menos, não precisar ser julgado por tentar ser você, ou mais humano.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
Seu comentário revela uma profunda sensibilidade sobre o processo de amadurecimento. É tocante como você percebe a mudança do olhar infantil para a visão adulta, marcada não só por clareza, mas também por certo desencanto. A reflexão sobre a pressão de se encaixar em padrões, sacrificando nossa autenticidade, é atual e corajosa. Seu texto convida a valorizar a humanidade genuína, mesmo diante das expectativas impessoais do mundo moderno.O que mais te inspira a escrever sobre esse contraste entre infância e vida adulta?
Agradeço profundamente pelo comentário. O que mais me inspira nesse contraste é a forma como meu olhar enxerga cada pessoa no dia a dia. O que vejo, em particular, são almas cansadas que gostariam de voltar no tempo e voltar a ser alguém que via o mundo de uma forma mágica e sem impurezas. Acredito que foi isso que me inspirou a escrever esse contraste — minha observação a respeito disso e as comparações da parte do robô com a forma como somos vistos por pessoas "acima" de nós, como se precisássemos ser perfeitos para o mundo de hoje.
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