Não há espelhos na sala, mas eu posso me ver ruindo em cada canto dessa casa.
Às vezes, quero fazer tudo aquilo que já sonhei,
Mas também, lembro que há tanto que me impede,
Tanto que me mantém.
A sensação de tatear o escuro,
De se encontrar no caminho bifurcado,
De parar e o tempo não ter parado,
De estar sozinho,
Me segue pelo caminho,
Em cada esquina, em cada retrato.
Tantos sonhos, tantos gostos, e todos guardados
dentro de caixinhas de vidro,
Onde podemos admirar oque nós nunca havíamos conquistado.
E quando me dizem belas mentiras,
Eu sei que são mentiras;
Ninguém pode ser bom em tudo,
É que eu tenho manias
Que destroem tudo de bom em mim.
Que me fazem ser apenas uma de muitas, no fim.
Eu sinto muito por ter me estragado.
Às vezes, eu só quero um mapa,
Só quero um ponto.
Uma seta que nos, ao menos, aponte o caminho de casa.
Um sussurro que me direcione para meu quarto.
De volta, ao meu quarto.
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Autor:
Haidra. (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 10 de agosto de 2025 17:20
- Comentário do autor sobre o poema: Este poema, para mim, é um dos muitos simbólicos, metafóricos, da minha coleção. Perceba a metáfora no título, por exemplo: Labirinto de Munch! Mas, deixando as metáforas de lado, eu sei que este poema é um retrato escrito de tempos de incerteza, onde eu não tinha (e muitas vezes, ainda não tenho) idéia de para onde deveria ir. Naturalmente, fico estagnado. Isso é difícil porque, mais tarde, tenho que colher frutos de procrastinação, tempo perdido e desistência, que acarretam em horas , as vezes dias, de reflexão e insegurança sobre como eu estou falhando, decaindo, ruindo....Apesar de focar em minha desorientação e meus frutos ruins, o poema cita brevemente inseguranças.
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 3
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