Haidra

Labirinto de Munch

 

Não há espelhos na sala, mas eu posso me ver ruindo em cada canto dessa casa.

Às vezes, quero fazer tudo aquilo que já sonhei,

Mas também, lembro que há tanto que me impede,

Tanto que me mantém.

A sensação de tatear o escuro,

De se encontrar no caminho bifurcado,

De parar e o tempo não ter parado,

De estar sozinho,

Me segue pelo caminho,

Em cada esquina, em cada retrato.

Tantos sonhos, tantos gostos, e todos guardados 

dentro de caixinhas de vidro,

Onde podemos admirar oque nós nunca havíamos conquistado.

E quando me dizem belas mentiras,

Eu sei que são mentiras;

Ninguém pode ser bom em tudo,

É que eu tenho manias

Que destroem tudo de bom em mim.

Que me fazem ser apenas uma de muitas, no fim.

Eu sinto muito por ter me estragado.

Às vezes, eu só quero um mapa,

Só quero um ponto.

Uma seta que nos, ao menos, aponte o caminho de casa.

Um sussurro que me direcione para meu quarto.

De volta, ao meu quarto.