Com um toco de giz ou um carvão do muro,
riscava-se o céu num pedaço escuro.
Era só um traço, quadrado a quadrado,
mas virava portal pra um mundo encantado.
Um pé no um, depois outro no dois,
equilíbrio era lei — cair? Jamais depois.
No três, no quatro, no cinco, no seis,
pular era dança, riso em redemoinho, talvez.
O céu era o fim, o pouso sonhado,
onde a alma criança se achava alada.
Jogava-se a pedrinha com fé e cuidado,
pra cair no quadrado certo e encantado.
Tinha quem errava, voltava pro início,
e quem jurava que o chão era feitiço.
Girava o mundo num pé só, leve e rindo,
e a vida parecia sempre recomeçando.
Hoje, a calçada tá lisa, vazia...
mas juro que às vezes, em plena nostalgia,
me pego pulando — ao menos por dentro —
na amarelinha que mora no meu pensamento.
9 ago 2025 (11:15)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 9 de agosto de 2025 10:15
- Comentário do autor sobre o poema: Faz tempo que não vejo essa brincadeira....Só recordações.
- Categoria: Ocasião especial
- Visualizações: 4
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Bela flor
Comentários2
Muito bom relembrar. Um dia também fomos crianças. Boa tarde poeta.
Verdade querida...
Faz muito tempo que não vejo brincadeiras desse tipo.....
Boa tarde...
Belas recordações da infância! S2
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