Julia Martins

Dias Enlatados II

 

 

Embora cálidos

Dias de maquinário,

Divirto-me com o aprendizado.

Vale a responsabilidade,

O afazer,

O humor.

A escola de convivência,

O remanejo,

A admiração

Por uma mulher

Que não desiste.

Em uma função

A cada dia menos fértil,

Vê-se perdida

No enriquecimento da prole

E na pobreza da raíz.

Vibro abundância

E lamentação

Pelo passar automatizado

De meus sagrados dias em carne.

Vale

O que conquistei até aqui:

Material,

Imaterial;

Consciente,

Inconsciente.

Vejo meu valor,

O valor do meu tempo.

Sou satisfeita,

Não-realizada.

Com fé no invisível,

Busco a realização

De sonhos

Reais,

Vívidos.

Em temperança,

As engrenagens se encaixarão.

E como um apêndice,

Serei jogada fora:

Feliz.

Cumprindo

O que deve ser

Libertando

A prisão

De mim.

  • Autor: Julia Martins (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Agosto de 2020 21:26
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 27
  • Usuário favorito deste poema: Luiz Rossini.


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