A Curva do Delírio

Versos Discretos

Teu corpo começa onde o juízo termina,
Na curva que acende a febre mais fina.
Desenha no ar um convite indecente,
Um vício que pulsa, moroso e ardente.

Dois frutos firmados no topo do cio,
Que os olhos devoram num lento arrepio.
Movem-se em dança que não se ensaia,
Num vai e vem que o desejo incendeia.

É linha de fuga, é chama que escapa,
É gozo contido na forma mais tapa.
Balança o sentido, provoca o querer,
E faz da visão um motivo pra gemer.

Se andas à frente, o mundo te segue,
O ritmo das coxas no ar se escreve.
Tua bunda — muralha, convite, pressão —
Poema que explode na palma da mão.

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Comentários2

  • Esaú Abreu

    Ao ler este poema, sinto a pulsação do desejo quase como uma dança que se desenrola diante dos meus olhos. A forma como o corpo é descrito — como um espaço onde o juízo se dissolve — ressoa profundamente, lembrando que a entrega ao prazer é uma forma de liberdade. A imagem da "bunda" como "muralha" e "convite" é provocativa, desafiando a ideia de que o corpo deve ser contido ou envergonhado.

    A maneira como o poema captura a essência do desejo humano, com suas nuances e complexidades, me faz refletir sobre como a sensualidade é uma parte intrínseca da experiência humana. É um lembrete de que o corpo e a mente podem se entrelaçar de maneiras surpreendentes, e que a beleza do desejo reside na sua capacidade de nos fazer sentir vivos e conectados.

    Em suma, o poema é uma ode à sensualidade, celebrando a liberdade de se entregar ao desejo e à beleza do corpo como uma forma de expressão artística.

  • Aira Lirien

    Você sensualisa de maneira poética e feminina, usa imagens fortes e vividas para referencia com admiração a essência feminina, boa poesia!!



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