Metades e Limões: Uma Reflexão Agridoce

Luana Santahelena

Na busca incessante pela metade da laranja,

tão doce e suculenta,

perdemos a graça do limão azedo,

que, em sua acidez, traz risos e encanto.

 

A vida, essa feira animada,

onde frutas se esbarram,

nos ensina que ser laranja não é regra,

mas, ah, como é divertido ser limão!

 

Imagine a cena:

um limão vestido de gala,

dançando entre laranjas,

com seu jeito ácido, mas cheio de amor.

Ele sabe que, na salada da vida,

o azedo pode dar o toque especial,

um tempero inesperado,

que deixa a refeição memorável.

 

Se a laranja se acha perfeita,

redonda e brilhante,

o limão, com seu humor afiado,

sabe que um pouco de limonada

nunca fez mal a ninguém.

 

Então, antes de procurar sua metade,

celebre o que é ser inteiro,

com todas as nuances, todos os sabores,

porque, no fundo, somos todos frutas

dessa árvore chamada vida,

dando risadas, em uma dança

onde o azedo e o doce se encontram,

e juntos fazem a melhor receita.

 

E assim, ao invés de um lamento,

abracemos a diversidade do pomar,

pois, quem precisa de metades,

quando podemos ser um banquete

de cores, risos e sabores

inacabados, deliciosos,

e eternamente surpreendentes?

  • Autor: Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de agosto de 2025 17:32
  • Comentário do autor sobre o poema: Nem sempre precisamos encontrar alguém para nos completar, porque já carregamos dentro de nós todos os sabores que nos tornam únicos. A vida é feita de contrastes, e até o que parece amargo pode temperar os melhores momentos. Quando aceitamos nossas nuances, descobrimos que a verdadeira festa acontece quando o doce e o azedo dançam juntos, criando algo inesquecível.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13
  • Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, Sezar Kosta, Elfrans Silva, Spell mesclados
Comentários +

Comentários1

  • Sezar Kosta

    Minha cara Luana, que texto delicioso o seu, com sabor de sabedoria! Vós soubestes, com a delicadeza de quem faz bolo, que a vida, essa feira animada, não precisa de metades para ser completa.

    Essa busca pela metade da laranja, tão doce e previsível, nos faz esquecer a graça do limão, com seu azedo que faz a boca rir e o mundo ter mais gosto. A vida, afinal, é uma salada, e o que a torna memorável não é a perfeição redonda, mas o tempero inesperado. É o toque do agridoce que salva a refeição da mesmice.

    Que coisa boa é sermos inteiros, um banquete de cores e sabores. A melhor receita da vida, como bem dizes, não tem regras. É aquela que celebra o que é inacabado, delicioso e eternamente surpreendente. Parabéns por nos lembrar que o mais importante não é encontrar a outra metade, mas a poesia que se esconde em cada fruta que somos.



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