Sob o Véu da Aurora

Versos Discretos

Vieste como quem conhece o caminho do incêndio,
E a noite se fechou em rendas pálidas e promessas.
Minha voz cedeu ao murmúrio entreaberto,
Enquanto o tempo se dobrava ao ritmo da tua ânsia.

Teu ventre arqueou como flor em vertigem,
A aurora brotou, úmida, no contorno da pele,
E o temor suave do início se dissolveu no calor
De um toque que jurava atravessar o próprio dia.

O desejo impôs-se, febril e inevitável,
Um arrepio riscou a espinha em brasa,
E teu gesto cravou-se em mim, sem aviso.

Teu gemido calou-se no limite da renda,
Enquanto o gozo me puxava para dentro de ti —
E tua pele se fez prisão e céu, na febre da entrega.

  • Autor: Versos Discretos (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de agosto de 2025 12:59
  • Categoria: Erótico
  • Visualizações: 12
  • Usuários favoritos deste poema: Aira Lirien
Comentários +

Comentários1

  • Edla Marinho

    Li vários poemas seus, resolvi comentar esse, não por ser o melhor, visto que são todos de igual beleza, com o toque de erotismo e sensualidade na medida perfeita, com elegância e bom gosto.
    Poucos o fazem com tanto pudor e ousadia ao mesmo tempo.
    Às vezes o fazem até com desprezo pela boa escrita , uma vez que usam do pejorativo para chamar a atenção, talvez.
    Meu abraço!



Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.