Às Avessas do Mundo

Luana Santahelena

Amar você é perder-me em espelhos

onde promessas não cabem — nem virtudes.

Você nasce do que jamais busquei,

mas em seu fogo arde minha sede

de infinito.

 

Meu desejo não tem lógica,

nem razão me salva

da ausência que você é.

 

Busquei você em mapas velados,

nos signos, nas estrelas fugidias —

e encontrei, enfim, no abismo imprevisto,

onde só o impossível floresce.

 

Amar você é naufragar,

sem bússola, em mares de silêncio,

é sorrir à tempestade

e fazer dela abrigo.

  • Autor: Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de agosto de 2025 18:09
  • Comentário do autor sobre o poema: Neste texto tento traduzir a paixão como uma jornada incerta e profunda, onde a busca por alguém especial acontece além dos caminhos comuns, em territórios inesperados do coração. O amor surge como um naufrágio voluntário, uma entrega ao caos e à beleza das emoções, que rompe com certezas e regras, fazendo da tempestade um lar. É uma celebração do desejo que não se explica, mas se sente intensamente, mesmo na ausência.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 80
  • Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, Sezar Kosta, Aira Lirien, Elfrans Silva
Comentários +

Comentários2

  • Viviane.93

    Esse poema traduz o amor como algo que não se explica, só se sente, mesmo que doa. Gosto especialmente da ideia de “sorrir à tempestade e fazer dela abrigo”. É bonito porque é real: às vezes amar é justamente isso, aceitar o caos como casa.

  • joaquim cesario de mello

    Um poema que me remete à letra da música "O que será (À flor da pele), de Chico Buarque, que em meados da última década dos anos 70 embalou a volúpia apaixonada e apaixonante do principiar da minha juventude



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