Amar você é perder-me em espelhos
onde promessas não cabem — nem virtudes.
Você nasce do que jamais busquei,
mas em seu fogo arde minha sede
de infinito.
Meu desejo não tem lógica,
nem razão me salva
da ausência que você é.
Busquei você em mapas velados,
nos signos, nas estrelas fugidias —
e encontrei, enfim, no abismo imprevisto,
onde só o impossível floresce.
Amar você é naufragar,
sem bússola, em mares de silêncio,
é sorrir à tempestade
e fazer dela abrigo.