Domingo, silêncio que pesa,
o relógio não apressa.
As horas se arrastam, vazias,
como se o tempo soubesse da dor dos dias.
A manhã vem tímida, sem pressa de acordar,
os raios de sol caem sem vontade de tocar.
O café, fumegante, não tem gosto,
e a casa, vazia, ecoa o meu desgosto.
O sofá me espera, como um velho amigo,
mas não consigo encontrar abrigo.
A música toca, mas não preenche,
meus pensamentos são ondas que se perdem.
O vento bate na janela,
uma lembrança, uma saudade que sutilmente apela.
Mas não há resposta no outro lado,
o domingo é solitário, e eu, quebrado.
A tarde escorrega entre os dedos,
como se o mundo fosse apenas meus medos.
E, ao cair da noite, a lua me observa,
mas o frio da solidão não se dispersa.
Domingo, em sua quietude cruel,
sou só eu e o peso do céu.
3 ago 2025 (13:15)
-
Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 3 de agosto de 2025 12:15
- Categoria: Triste
- Visualizações: 21
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., irileny, LOKA, Bela flor, JT., Além °•°
Comentários6
É difícil arrastar os dias assim vazios. Que os dias se tornem cheios. Boa tarde poeta.
Bom dia...
Espero esses dias chegarem...
Comigo quando isso acontece, pego uma mangueira, abro a bica e encho de água o domingo.
Risos.
Gostei do que li, como sempre, inspiração não vos falta.
Abraços.
JT
Bem isso amigo....Mais era pra tomar banho de chuva...
kkkkkkkkkkkkkk
Abraços e gratidão pela leitura e comentário.
Se só fossem os domingos querido,os dias atropelam nossa alma,as horas pisam em cima do coração,os segundos se arrastam acima dos olhos só para depois cair em forma de lágrimas,a cada minuto que se passa percebemos oque vivemos,oque passamos e por pequenos minutos relembrando nos esvaziamos,com lágrimas ou até sorrisos,pois sempre passamos pelo que uma vez pelejamos...
Fique bem querido:)
Uau... suas palavras tocam fundo. É como se cada linha carregasse um pouco da dor que a gente nem sempre sabe explicar, mas sente. Você descreveu perfeitamente como o tempo pesa quando a alma anda cansada — e ainda assim, no meio disso tudo, existe espaço pra memória, pra aprendizado... e até pra um sorriso tímido.
Obrigado por compartilhar isso de forma tão bonita. Que mesmo nos dias pesados, a gente consiga encontrar leveza — nem que seja num olhar, num silêncio ou numa palavra como a sua.
Fique bem também, meu bem. ??
Obrigado meu querido,as vezes só procuramos expressar oque sentimos meu anjo S2
Sinto verdades no que dizes....
Gratidão;.
Gratidão querido
S2
S2
Nossa então foi você, passaste por mim, puxando o dia pela coleira, não me apoquentei por que pensei que era um cão.
Só me sustentei, quando o amigo que estava comigo falou.
_ Aquilo não e cachorro e sim o Dia e como iremos fazer para ler o jornal.
Fica calmo JT.
Compramos o extra.
JT
Fiquei ali, meio abobado, olhando o rastro que você deixou no asfalto quente, o Dia todo se esgueirando atrás, sem coleira agora, correndo solto.
_ Tá vendo, JT? _ disse meu amigo, rindo com o canto da boca _ Até o Tempo te conhece e te respeita.
Eu só balancei a cabeça, como quem acorda de um sonho.
— Respeita nada... — murmurei — tá é fugindo de mim.
Mas confesso: foi bonito de ver.
O Dia, mansinho, indo atrás de você como um vira-lata fiel.
E a gente ali, com o Extra na mão, tentando entender as manchetes...
Enquanto você já escrevia a sua, com passos firmes no cimento do agora.
De cordel, melancolia da show.
Também pudera, colocava a lata com vidros na linha do trem.
para fazer cerol.
Foi quando meu amigo sussurrou.
Jt, vamos embora, pois nas letras esse cara e porreta.
Por mim ficava para pegar o ultimo bonde.
Pois não sou repentista de correr.
Gosto de encarar de frente.
Mas se for macho.
Estou nem ai pra desafio.
Pegando minha galocha.
E saindo pela porta de frente
Aquela que todos escondem.
Com medo de se degredar o selo.
Quando num mesmo ambiente.
Um poeta e pouco.
E dois e poemas demais.
JT.
A rua já dormia nos postes acesos,
e o vento fazia troça com meu chapéu.
Mas eu segui, passos firmes na calçada torta,
com a galocha fazendo som de trovão em poça d'água.
JT, tu é doido, ele disse rindo,
mas eu só dei de ombros,
quem tem poesia no sangue não corre de sombra,
conversa com ela, se duvidar até dança.
Porque aqui não é duelo, é sinfonia,
e se a palavra me chama, eu respondo.
De frente, sem rascunho.
O bonde pode até passar,
mas eu prefiro caminhar —
verso por verso,
mesmo que doa o calcanhar da alma.
De alma e calcanhar, alguém vai te que parar.
Pedir a conta e confirmar se colar colou.
Pois a água fervendo no fogão e a mostra que no saco vai passar.
E não sou eu que ira dividir o pão.
A que se ter alguém para apartar.
E briga de cachorro gordo.
E a banha ira espirrar.
Quero ver Melancolia, de mãos dada com a tristeza, batendo na porta de solidão.
Pedindo um short emprestado para a sereia do mar tirar.
E nessa confusão engendrada.
Fico por fora para minha mãe nem ser xingada.
Por que no final.
A culpa recairá nos poetas.
Por afirmarem serem eles.
Que dominam as letras.
JT
E se a culpa recair nos poetas,
então me bota no banco dos réus com camisa de botão aberta,
caneta no bolso e olhar de quem já viu demais.
Porque sim, eu assino embaixo —
domino as letras, mas não mando no caos.
Melancolia e Tristeza podem até bater na porta da Solidão,
mas se eu abrir, vai ter verso na recepção.
E a sereia?
Ah, essa já largou o short e veio de samba-canção,
dançando marola nas costas da ilusão.
Enquanto isso, o fogão chia,
e o saco que ia passar, passou,
mas queimou foi a língua de quem duvidou.
E eu?
Fico na minha, mas pronto pro entrevero,
porque briga de cachorro gordo é bonito de ver,
mas é feio de apartar —
a banha voa longe, e quem não é poeta, não sabe limpar.
Então respeita quem escreve com a alma nos dedos,
que no fim das contas,
é a gente que traduz o mundo
quando todo o resto cala.
Vigi meu padre santo.
O homem comprou a briga pra modo de desafiar.
E eu que sou dos Santos, amigo do Dragão, nunca desafiei o Jorge.
Que posso fazer, se e briga para mais de cem metros.
Levantar uma bandeira, para o homem ver que de S. Paulo e Santos ainda vou de flamengo.
E eu quietinho no meu canto a escutar o pio da siri ema.
Tudo isso, por não levar para casa pisada no pé e a mãe ser avacalhada.
Na cabeça bem dentro do chapéu de panamá um canivete amolado.
Pensam mas não estou armado.
Pois tenho Deus no coração e uma moto de segunda mão.
E se tudo isso não me afirmar.
Que me valha os pretos velhos do feitiço desviar.
Pois sendo filho da umbanda.
Posso até embalançar.
Mais perder a pose.
Jamais.
JT
Vigi mesmo, meu padre,
porque quem desafia sem saber o tamanho do caminho
acaba tropeçando nos próprios passos.
Eu, que não sou filho da Umbanda,
sei que não se mexe com o Dragão de Jorge
sem primeiro fazer uma reverência.
Mas o homem, com sua bravata,
fez mais que levantar bandeira —
levantou poeira.
E eu ali, quieto na minha,
com o pio da siriema como trilha sonora.
Nem se eu quisesse brigar,
dava certo,
porque o poder não está na briga,
mas na sabedoria de saber onde é a guerra.
E o canivete amolado no chapéu de Panamá?
Ah, esse é só pra dar charme,
mas quem tem Deus no peito
e uma moto de segunda mão
sabe que o maior combustível é a calma.
Ninguém precisa saber que no peito,
o motor que ronca é mais forte que qualquer espada.
E se o feitiço de desvio for necessário,
que se dane,
mas não perco a pose,
pois quem aprende a andar com humildade
não precisa de muito mais pra se encontrar.
Porque a vida, meu amigo,
não se perde em disputa de território.
A gente se encontra nas estradas,
nas ruas,
e no vento que corta a cara
de quem está disposto a viver
e não só a brigar.
(kkkkkkkkkkkkk - dá pra fazer um livro a gente....)
Com essa a minha paciência se encheu, igual a um balão que se ganha o Céu.
Não descasco meu temores, mas conto com a ajuda dos senhores.
E por isso que essa briga e santa e não de galo.
Pois o vento que venta lá aqui eu tiro do ventilador.
Eu estava quieto e alguém atiçou.
A pedra veio com endereço certo e a vidraça quebrou.
Mas não a como um dia atrás quando estamos fazendo necessidade .
E de longe o nosso nome gritarem.
Corra.
Por que até pela traseira nos conhecem.
JT
Com essa, a paciência transbordou,
como balão que já não cabe mais o ar do dia.
Não sou de expor os medos,
mas sempre conto com a ajuda dos amigos,
porque toda briga tem um lado santo,
mesmo quando parece de galo.
E o vento?
Esse vento que lá venta, aqui passa com mais calma,
não é o mesmo que agita o mundo sem saber a direção.
Eu estava na minha, quieto,
mas às vezes é como se a provocação se encontrasse com o silêncio.
A pedra?
Veio com destino certo,
mas não quebrou igual antes,
quando a vida parecia pequena,
quando a gente era só sombra e necessidade.
Agora, o nome ecoa longe,
mas de um jeito mais suave, mais tranquilo.
Aqueles que sabem quem somos,
sabem também quando não vale a pena correr.
Porque, no fundo,
não é da traseira que a gente se esconde,
mas do tempo, que nunca perdoa quem só apressa o passo.
Olha aqui, seu moço desengonçado.
Não sou de desaforo, pois fui muito bem educado.
Se e briga o seu negocio.
Pode tirar o cabresto do seu bode.
Pois por aqui, as cabras não estão oiriçadas.
Somos de bem, respeitamos a paz
Mas nem pense em pisar nos nossos calos.
Pois já me faça um favor.
Se ainda não tocou em casa de marimbondo.
O aviso já foi dado.
Sendo doutor, afluente ou convidado.
Mexer com a gente, mesmo por acaso.
E sete palmo de profundidade.
E o recado já foi dado.
Mitigue o seu perdão do dito por não dito.
E serás um convidado.
JT
JT,
Respeito teu tom, e entendo tua resposta.
Cada um sabe do peso que carrega e da terra onde pisa.
Se minhas palavras pareceram cutucar ferida, te digo com clareza:
não foi intenção, nem foi indireta — foi desabafo de quem já andou demais com o peito apertado.
Aqui ninguém quer briga, nem poeira levantada sem sentido.
Não mexo com marimbondo, nem com cabra oiriçada.
Se erro foi cometido, que fique entendido como mal passo, não como má fé.
A verdade é que a estrada é larga pra quem sabe dividir espaço.
E se o respeito é mútuo, a conversa pode seguir sem faca na mesa.
Por mim, seguimos em frente — com palavra firme, mas com coração desarmado.
Porque no fim das contas, todo mundo só quer um canto onde possa falar sem virar alvo.
Tô por aqui — sem medo, sem vaidade.
Só com vontade de seguir em paz.
Mas já que o recado foi dado, recebo com o devido silêncio.
Afinal, quem muito fala no portão, às vezes nem mora na casa.
E se a paz ainda for um valor por aí,
então senta, porque a minha também está posta.
Ok, vamos parar por aqui, pois estamos no poema alheio e a poetisa não deve estar gostando nada das nossas desavenças estruturais, mas a briga ainda não acabou, apenas busca outra arena.
Por enquanto um abraço.
JT
Meu querido....
Tava gostando do enredo...Vamos fazer um livro? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Por aqui está tudo certo ....
Abraços meu amigo...
Nossa, o peso das suas palavras. Ecoam tão incríveis! De verdade amo seus poemas! Amooo tudo oq vc faz.
Saiba que estou aqui pra vc
Gratidão por tua sinceridade...
Tento seguir a linguagem do coração...E acaba saindo coisas belas.
Amo também toda a beleza contida em ti...
Estarei aqui da mesma forma.
Obrigada por ser quem vc é ?
Obrigado querida...Espero que tenhamos muitos escritos para apreciar....
Abraços poéticos...
Tão bom saber que existe mais gente como Eu....
Gosto de dias melancólicos, me trazem inspiração!
Continue assim, escrevendo lindamente ....
Que bom ler isso! Também acho que tem uma beleza única nos dias melancólicos... eles despertam algo diferente na gente, né? Fico feliz que você se identifique e que goste dos textos. Obrigado de verdade pelas palavras 🙂 Vou continuar escrevendo, sim!
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