DESATANDO NÓS

Mayara Leite

Há nós que precisam ser desatados,

nós dos sentimentos emaranhados,

das palavras que ficaram entaladas na garganta,

das memórias que insistem em prender o presente.

São nós que se formam no silêncio prolongado,

no abraço que não veio, na espera que se cansou.

 

Desatar não é esquecer,

é olhar com ternura para o que foi vivido

e escolher seguir sem peso de carregar tudo.

É reconhecer que alguns laços só apertam,

mas não unem.

 

Há nós que se desmancham com um gesto,

outros com o tempo, alguns com lágrimas,

e os mais profundos, com o perdão.

 

Desatar é também libertar-se

do que machuca e do que não cabe mais.

Desatamos certos nós em silêncio, na solidão corajosa.

Mas há aqueles que só se desfazem na partilha,

quando o coletivo acolhe.

 

Desatar é abrir espaços dentro de si

para que o novo entre leve,

e o coração, enfim, possa respirar em paz.

Comentários +

Comentários2

  • JT.

    Oi, poetisa.
    Mesmo o seu escrito, sendo taxado de moderno.
    Mesmo, não se dando o empenho as rimas.
    O final, poderia ter sido diferente.
    Pois poesia, tipo história, ade se florear.
    Isso não e critica, pois também tenho meus erros.
    Mas aprendi uma coisa, que o poeta tem que ter.
    A sagacidade da observação.
    Não me queira a mau e nem leve minhas palavras a serio.
    Mas de uma coisa tenho razão, se não houvesse um meio.
    Como iria te comentar.
    Prazer.
    JT

  • Edla Marinho

    Boa noite, menina!
    Verdade, os nós mais difíceis de se desatar são os mais importantes e mais libertadores.
    Amei seus versos, sua poesia.
    Tenha uma linda noite e um feliz domingo, meu abraço!



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