Um dedo — fina cortesia do amante —
A salamandra que roça, reverente, a entrada oculta,
Como o hálito morno sobre mármore vivo,
Solicita licença ao altar secreto das delícias.
Dois dedos — mensageiros da volúpia —
Dançam no limiar com cerimônia e desejo,
Comungam do néctar que escorre entre espasmos,
E desenham promessas nas paredes do templo tenso.
A flor pulsa, apertada, como se rezasse em silêncio,
Como se o gozo fosse um segredo sagrado demais para ser rasgado.
E mesmo sem expandir-se além da oferenda de dois,
Ela se abre inteira, vertendo luxúria em ondas pequenas e molhadas.
Pois não é a quantidade que sacia,
Mas o saber onde tocar, como tocar,
E por quanto tempo deixar que a alma escorra
Por entre os dedos que conhecem os caminhos da luz.
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Autor:
Versos Discretos (
Offline)
- Publicado: 1 de agosto de 2025 09:20
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 10
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