Cada sol que nasce é página nova,
pra escrever no caderno da vida.
Não precisa caligrafia bonita,
nem palavras decoradas de poesia.
Basta o gesto pequeno —
feito água que corre entre pedras —
o toque que fala onde o silêncio mora,
o olhar que alcança onde a fala tropeça.
Presença firme, como raiz em terra molhada,
acolhe sem pedir licença.
No outro, vemos flor e espinho,
força que levanta, dor que ensina.
Juntos, erguemos um lar que respira,
feito de escolha e chão dividido.
Amar é seguir plantando com paciência,
como quem sabe que a colheita
chega no tempo dos ventos certos.
Assim, de gesto em gesto,
a história se borda sem pressa.
É livro sem luxo, mas cheio de alma —
onde o comum é o milagre.
E o tempo, esse velho contador de segredos,
não apaga o que foi vivido de verdade.
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2025 10:31
- Comentário do autor sobre o poema: Conviver é escrever, todos os dias, uma história feita de cuidado e escuta, onde o silêncio também fala. No mundo das pressas, são os gestos pequenos que sustentam as maiores construções. Amar, nesse cenário, é escolher permanecer — não pela obrigação, mas pela beleza de dividir o caminho. Cada encontro se transforma em raiz e flor: sustento e beleza, fragilidade e força.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 25
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, Sezar Kosta, Poeta por acaso
Comentários1
Oi. Poetisa.
Do dito, muito bem bolado, parabéns.
E do seu perfil.
Idem, pois o contrario, seria desestabilização.
Prazer.
JT
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