O tempo tece horas
Como fios que passam por uma agulha,
Desenha marcas no chão,
Beija a pele levemente,
Como um barco sem vela ao vento.
A manhã é dourada, tão clara,
Mas escorre entre os dedos,
E o que era flor se faz memória,
Pétalas caídas no relógio.
Ah, tempo, belo ladrão,
Que me encantas com teus dias,
E me assombras com teus números,
Quantos ainda me restam?
Passas devagar na espera,
Rápido no abraço,
E quando olho para trás,
É só saudade em forma de espelho.
Deixa-me amar teu agora,
Antes que o agora vire ontem,
Antes que o outono chegue
E varra meu jardim de silêncio.
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Autor:
L. Wagner Saraiva (
Offline)
- Publicado: 27 de julho de 2025 10:22
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 5
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