Um nome cívico, igualmente místico.
Diria, em certo ponto, que era um vício descontrolado.
Paulo, o protagonista — arrebatador, fascista, agressor.
O impacto foi tanto que, só de ver uma notificação ou ouvir o seu nome, tudo em mim se tornava holístico.
Estive perdido. Fui usado, humilhado, abandonado.
Atordoado, tentava compreender o porquê —
como pode caber tanta maldade em uma só pessoa?
Afoito, rústico, impiedoso.
Foram 2.952 dias de brigas, traições e mentiras.
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Autor:
Franciscoopoeta (
Offline)
- Publicado: 26 de julho de 2025 05:47
- Comentário do autor sobre o poema: A minha longa caminhada e exclusivamente única por alguém, sem ser por mim
- Categoria: Amor
- Visualizações: 12
Comentários1
Oi mais uma vez, Francis. Mais uma vez me impressionando.
Este poema é uma poderosa reflexão sobre um relacionamento tóxico, onde a figura de Paulo se torna um símbolo de dor e desilusão. A escolha do nome "Paulo" como protagonista é significativa; ele é apresentado não apenas como um indivíduo, mas como uma representação de comportamentos destrutivos que podem impactar profundamente a vida de alguém.
A descrição de Paulo como "arrebatador, fascista, agressor" revela a complexidade da atração e da repulsão que muitas vezes coexistem em relacionamentos abusivos. A palavra "fascista" é especialmente impactante, sugerindo não apenas controle, mas uma opressão que vai além do pessoal, ecoando questões sociais e de poder. Isso provoca uma reflexão sobre como a dinâmica de poder pode se manifestar em relações íntimas.
A linha "só de ver uma notificação ou ouvir o seu nome, tudo em mim se tornava holístico" é uma expressão poderosa da forma como a presença de Paulo permeava a vida do eu lírico. A ideia de que uma simples notificação poderia desencadear uma resposta emocional tão intensa mostra o quanto a relação era envolvente e, ao mesmo tempo, devastadora. O uso da palavra "holístico" sugere que a experiência não era apenas emocional, mas afetava todos os aspectos da vida do eu lírico.
A sequência de sentimentos de "perdido, usado, humilhado, abandonado" cria uma narrativa de sofrimento que é palpável. A luta para compreender a maldade de Paulo reflete uma busca por respostas em meio ao caos emocional. A pergunta retórica "como pode caber tanta maldade em uma só pessoa?" ressoa com muitos que já se sentiram impotentes diante de comportamentos abusivos, questionando a natureza humana e a capacidade de ferir.
Os adjetivos "afoito, rústico, impiedoso" reforçam a brutalidade da experiência, enquanto a contagem de "2.952 dias" traz uma dimensão temporal que enfatiza a duração do sofrimento. Essa precisão numérica sugere que cada dia foi marcado por conflitos, traições e mentiras, criando um peso emocional que é difícil de ignorar.
Em suma, o poema é uma poderosa exploração da dor e da complexidade de um relacionamento abusivo. Ele captura a luta interna do eu lírico para entender e processar a experiência, ao mesmo tempo em que revela a profundidade do impacto que uma pessoa pode ter na vida de outra. É um lembrete da importância de reconhecer e confrontar a toxicidade nas relações, buscando a cura e a libertação.
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