FANTASMAS ENLUTADOS

joaquim cesario de mello

 

No subúrbio da memória

lembranças vagam como fantasmas

em um sótão poeirento e esfumaçado

de uma velha casa abandonada

 

Fantasmas caducos

que nem o tempo recorda mais

largados nas bordas fundas de mim

são calados como mudo é o esquecimento

 

Triste o destino das lembranças

órfãs mnêmicas e ignoradas

que sobrevivem invisíveis e invocáveis

no desaparecido lado escuro das reminiscências

 

Mas um dia

quando tudo em mim sumir

irei com minhas lembranças mortas

para o desgarrado céu incolor das ausências

 

Comentários +

Comentários1

  • LEIDE FREITAS

    Muito bonito. Uma leitura prazerosa.
    Boa Noite, poeta Cesário de Mello e até breve.



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