No subúrbio da memória
lembranças vagam como fantasmas
em um sótão poeirento e esfumaçado
de uma velha casa abandonada
Fantasmas caducos
que nem o tempo recorda mais
largados nas bordas fundas de mim
são calados como mudo é o esquecimento
Triste o destino das lembranças
órfãs mnêmicas e ignoradas
que sobrevivem invisíveis e invocáveis
no desaparecido lado escuro das reminiscências
Mas um dia
quando tudo em mim sumir
irei com minhas lembranças mortas
para o desgarrado céu incolor das ausências