Ode aos teus seios.

Versos Discretos

Dois astros, sim, mas de carne morna —
não giram em céus, mas no centro do vício.
São os alvos montes onde o pecado reza,
e onde a fé do toque encontra seu ofício.

Cada aréola é um sol oculto,
desenhado à mão pelo delírio divino.
E sob minha boca faminta de templo,
pulsam, sagrados, em ritmo clandestino.

Ali, a saliva vira oração pagã,
e os dedos — monges profanos — peregrinam.
Tão firmes, tão plenos, tão indecentes de beleza,
que fazem da luxúria um rito que redimem.

Ah… não os vejo apenas,
eu os pressinto: no escuro, no sonho, no gozo.
Pois há neles um segredo que me consome —
e que só se revela entre dentes e desejo.

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Comentários4

  • MAYK52

    Gostei bastante deste "Ode aos teus seios".
    Os seios, são sem dúvida um estímulo e um convite à sedução e ao amor.
    Parabéns pela inspiração!
    Abraço!

  • Melancolia...

    Profundo e sereno...
    Gostei demais..
    Bravo.

  • Edla Marinho

    Belíssimo!
    Sensual com elegância!
    Palavras quase sutis, ao mesmo tempo quase explícitas.
    Prazer em ler
    Meu abraço!

  • Feiticeira

    Nossa...que definição perfeita S2. Versos Discretos Parabéns.



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