O gesto paira — é convite ou recuo?
Distâncias moldam o que não se alcança.
O café, talvez, seja palavra no escuro,
um sopro entre vozes que o tempo descansa.
Na imagem que pensa, um traço vacila,
sorriso contido, alquimia de estrada.
Não houve instante, mas houve a faísca,
feita de névoa, abismo e camada.
Não falta o ato, nem sobra o motivo,
falta o limiar onde tudo acontece:
entre o que vibra sem ter existido
e o que se entende sem que se tece.
Na arte que nasce do que não se vive,
há quem inspire e sequer perceba:
é verbo surgindo de exato silêncio,
e mesmo sem corpo, incendeia e delineia.
L. R. Ramos – fevereiro de 2025.
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Autor:
L. R. Ramos (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 11 de julho de 2025 04:56
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 25
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Comentários2
SERGIO NEVES - ...meu amigo, há muita poesia nessas tua toda "surrealidade" aqui derramada..,...tudo muito sensivelmente "encorpado" no todo dos versos... // (...veio bem a calhar esse teu escrito, estou nesse momento tomando o meu café da manhã -"desjejum" para os mais "sabidos"... (...acordei tarde),...e até que combinou bem café e (essa tua) arte...) /// Abçs.
Fico muito feliz novamente com seu comentário e sua leitura atenta da poesia.
Ótimo café para você!
Sérgio, se tiver um minuto (com ou sem café), te convido a ler A Desobediência do Tempo.
Talvez combine com o momento — ou te faça esquecer dele por um instante.
Café e poesia, que dupla linda!
Excelente noite!
Sem dúvida alguma, é uma dupla de peso: café e poesia combinam perfeitamente.
Muito obrigado e uma boa noite!
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