O Coração como uma Casa de Aluguel

Luana Santahelena

Meu coração não se alugou por necessidade —

foi o acaso, brincando de dono e morador.

Você entrou, olhou cada canto da minha alma,

e escolheu o abrigo onde quis repousar.

 

Dizem que é um lar simples, sem luxo ou ornamento,

com paredes de silêncio e teto de vidro ao vento.

Mas você viu além do que os olhos alcançam,

pintou os espaços cinzas com tons de sentimento.

 

Agora, meu peito é seu refúgio e endereço,

onde você muda o rumo sem pedir permissão.

Troca as cortinas de medo por cortinas de afeto,

e mesmo na desordem, reina a paixão.

 

Não me importo se reclama da bagunça,

pois sei que aqui é seu lugar de passagem e abrigo.

E quando partir, leve o que quiser,

mas deixe um pedaço seu guardado comigo.

  • Autor: Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 5 de julho de 2025 21:27
  • Comentário do autor sobre o poema: O coração, mesmo quando oferecido em aluguel, é um abrigo onde deixamos fragmentos da alma; e em cada despedida, guardamos um pouco do outro para nunca nos sentirmos verdadeiramente vazios.
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 21
  • Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena


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