Meu coração não se alugou por necessidade —
foi o acaso, brincando de dono e morador.
Você entrou, olhou cada canto da minha alma,
e escolheu o abrigo onde quis repousar.
Dizem que é um lar simples, sem luxo ou ornamento,
com paredes de silêncio e teto de vidro ao vento.
Mas você viu além do que os olhos alcançam,
pintou os espaços cinzas com tons de sentimento.
Agora, meu peito é seu refúgio e endereço,
onde você muda o rumo sem pedir permissão.
Troca as cortinas de medo por cortinas de afeto,
e mesmo na desordem, reina a paixão.
Não me importo se reclama da bagunça,
pois sei que aqui é seu lugar de passagem e abrigo.
E quando partir, leve o que quiser,
mas deixe um pedaço seu guardado comigo.