ADEUS EM POESIA

Fabricio Zigante

L'heure de ma mort, depuis dix-huit mois,
De tous les côtés sonne à mes oreilles,
Depuis dix-huit mois d'ennuis et de veilles,
Partout je la sens, partout je la vois.

_Alfred de Musset

 

Se pudesse, em meu último suspiro
Esboçar breves desejos finais
Brotariam dolorosos versos
Entrelaçados em lágrimas e ais!



Se pudesse, nos minutos finais
Ouviria os lentos sinos da capela
E veria coberta de negras vestes,
Em prantos, minha amada donzela!



Se pudesse, ao final de minha vida
Enxugar os olhos lacrimosos
Do feminino rosto tão amado,
Seria com versos esperançosos!



Se pudesse, veria os poucos amigos
Cuja amizade foi verdadeira,
Que estiveram comigo na alegria
E na fúnebre tristeza derradeira!



Se pudesse antes de ver a lápide
E repousar à sombra de uma cruz
Meus lábios pálidos fariam versos
Ao verdadeiro amor… a Jesus!



Se pudesse escrever versos finais
Eles seriam de amor e melancolia,
Se pudesse dizer um breve “adeus”
Meu adeus seria uma poesia!

Comentários +

Comentários2

  • Rosangela Rodrigues de Oliveira

    Lindos seus versos poéticos, bem propício ao dia de hoje que uma amiga cuidadora da minha avó que tb se foi partiu, é nesses momentos de tantas perdas que me pergunto porque ainda estou aqui? Parabéns poeta. Bom dia.

    • Fabricio Zigante

      Saudações poetisa Rosangela. Meus sentimentos pela sua perca.
      Forte abraço.

    • jroberto.bsb

      Parabéns pelo belíssimo poema. Raridade hoje em dia.

      • Fabricio Zigante

        Saudações nobre poeta, grato pela leitura e pelo gentil comentário.
        Forte abraço!



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