Fabricio Zigante

ADEUS EM POESIA

L\'heure de ma mort, depuis dix-huit mois,
De tous les côtés sonne à mes oreilles,
Depuis dix-huit mois d\'ennuis et de veilles,
Partout je la sens, partout je la vois.

_Alfred de Musset

 

Se pudesse, em meu último suspiro
Esboçar breves desejos finais
Brotariam dolorosos versos
Entrelaçados em lágrimas e ais!



Se pudesse, nos minutos finais
Ouviria os lentos sinos da capela
E veria coberta de negras vestes,
Em prantos, minha amada donzela!



Se pudesse, ao final de minha vida
Enxugar os olhos lacrimosos
Do feminino rosto tão amado,
Seria com versos esperançosos!



Se pudesse, veria os poucos amigos
Cuja amizade foi verdadeira,
Que estiveram comigo na alegria
E na fúnebre tristeza derradeira!



Se pudesse antes de ver a lápide
E repousar à sombra de uma cruz
Meus lábios pálidos fariam versos
Ao verdadeiro amor… a Jesus!



Se pudesse escrever versos finais
Eles seriam de amor e melancolia,
Se pudesse dizer um breve “adeus”
Meu adeus seria uma poesia!