DESCONHECIDO

FELIPE_SILVA_



Lembro-me da primeira vez que viajei de ônibus 

Era uma criança aflita, mal conhecia as maldades da vida.

Compltamente a mercê dos outros 

As mãos nos bolsos, contida.

posso dizer que odiei;

 

Já acostumado com a odiar 

Me veio a mente outra forma de olhar, 

de gastar o tempo da viagem.

Eu observo.

Cultivo na memória cada universo que adentra o ônibus.

Os que pulsam dentro das pessoas, 

ou em cada página de um livro qualquer.

 

Tem mais constelações ali que em qualquer parte do céu noturno 

Um universo passou por mim um dia desses, 

Era quieto, calmo. Um tanto soturno 

O anil de seu moletom, tinha som de jasmim

e cheiro de sensatez 

 

No centro de sua vastidão 

Uma luz queimou minha compreenssão 

Pensei ser o sol da manhã,

mas era apenas seu coração.

 

Quando desci no ponto 

Palavras orbitaram minha mente 

queria ter coragem de dizê-las a ele 

Espero vê-lo de novo daqui pra frente 

Sem medo de entregar meu universo, 

e conhecer o dele. 

  • Autor: FELIPE_SILVA_ (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de julho de 2025 10:36
  • Comentário do autor sobre o poema: Esse poema eu escrevi para um garoto que vi no ônibus. Nunca consegui entregar, mas ainda o vejo vez ou outra.
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 1


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