Acordo e já me despeço do sonho,
daquela calma que só dormindo vem.
Me levantando num quarto meio tristonho,
onde até o silêncio me quer bem,
e o espelho finge que sou alguém.
Despeço do café que aquece um pouco,
do cheiro que dura só um instante.
Das palavras ditas num ritmo louco
pra ninguém — e sigo adiante,
no meu dia ausente, flutuante.
A rua também me diz adeus
com rostos que passam, e não ficam.
Me despeço dos olhares sem seus brilhos,
das promessas que se descomplicam
antes mesmo de serem meus.
A tarde leva o pouco que sobrou,
e até o sol vai me deixando.
Cada gesto que o tempo apagou
é um adeus que sigo acumulando,
sem ninguém pra estar esperando.
Quando a noite deita ao meu lado,
me despeço da luz, da vontade.
Me enrolo num sono apertado,
feito abraço de saudade...
e tudo em mim vira só:
mais uma despedida de verdade.
3 jul 2025 (11:05)
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Autor:
Melancolia... (
Offline)
- Publicado: 3 de julho de 2025 10:05
- Comentário do autor sobre o poema: E aqui sigo me despedindo deste poema...
- Categoria: Triste
- Visualizações: 26
- Usuários favoritos deste poema: Melancolia..., Fabricio Zigante, Spell mesclados, Bela flor
Comentários1
Tristeza nos pega ao ler suas poesias!
Verdadeira melancolia tudo isso meu amado! S2
Eu estava um pouco bem, mas só de ler já fiquei triste também! S2
Beijos... amo vc s2
Bela...
Todos os dias nos despedimos.
Ruim pensar que, quando chegar o momento, eu não esteja contigo.
Amo-te...
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