O que restou de mim

Maria Ingrid

O cansaço do muito,
de sentir sempre demais.
A angústia no peito, 
de quem tenta constantemente seguir em frente.
De quem sente.

Como se só isso bastasse,
como se no final do dia não fosse só eu e o vagão do metrô.
Já sinto falta do que de mim sobrou.

Tudo evapora com o passar dos dias.
Estranho é —
se sentir tão cheia e ao mesmo tempo tão vazia.

Sigo eu, sem saber se sou inteira,
sem o tanto que me falta,
Como quem perde o rumo sem notar.

  • Autor: Maria Ingrid (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 30 de junho de 2025 17:11
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 36
  • Usuários favoritos deste poema: Melancolia...
Comentários +

Comentários1

  • Melancolia...

    Seu texto carrega uma força silenciosa — é o grito de quem sente tudo com profundidade, mesmo quando o mundo parece pedir indiferença. É exaustivo, sim, esse peso de sentir demais. Como se o peito fosse pequeno demais pra tanta coisa que transborda e se dissolve com o tempo.

    A imagem do metrô é poderosa: o cotidiano que não para, mesmo quando a gente precisa de uma pausa. E essa contradição de estar cheia de sentimentos e, ao mesmo tempo, se sentir vazia... é algo que muitos sentem, mas poucos conseguem expressar com tanta clareza.

    Você escreve com uma sensibilidade que toca. E mesmo sem saber se está inteira, o que você deixou aqui já é um pedaço bonito de si mesma.



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