PORTA ENTREABERTA

joaquim cesario de mello

 

E quando tudo não mais

representar a inquietação de viver

e a alegria sofrente de amar

nem mesmo uma valsa vienense

nas cordas da minha alma vibrar

 

E quando tudo se for

inclusive a completude ao redor

feito bolha de sabão ao se desintegrar

e o medo de perder não mais retornar 

pois nada mais há a perder ou lembrar 

 

É então chegada a hora

de apagar os retratos

me despojar dos relógios

desbotar os calendários

descer do tablado e sair do teatro

deixando a porta entreaberta

para os próximos que ainda vão entrar

 

  • Autor: joaquim cesario de mello (Offline Offline)
  • Publicado: 29 de junho de 2025 08:08
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 5


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