Numa dessas noites —
daquelas que chegam sem avisar,
eu deixo o pudor em silêncio,
desfaço as armaduras invisíveis,
e me entrego inteira, sem mapas,
no abraço onde me perco e me acho.
Sede de ti, chama que arde,
um fogo que não se doma,
que transborda a razão,
que inventa loucuras e fantasias
e faz da penumbra nossa morada secreta.
No escuro, o calor dos beijos fala,
mistura saliva, suspiros e um toque de desejo,
guiados por mãos que sabem os atalhos
e pensamentos que dançam sem palavras.
Não sou mais a amante contida,
sou a amiga que provoca,
a cúmplice que se rende,
a alma que insiste em ser inteira —
sem medo do que a noite fará de nós.
Quando a paixão invade a porta,
a razão, essa fugitiva,
escapa pela janela,
e tudo vira um improviso de corpos,
feito das verdades que só o desejo entende.
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Autor:
Bulaxa Kebrada (Pseudónimo (
Offline)
- Publicado: 26 de junho de 2025 10:20
- Comentário do autor sobre o poema: A paixão é um estado que dissolve as barreiras da razão e do pudor, permitindo uma entrega total e genuína ao desejo. Ela desperta uma sede intensa e transformadora, onde o corpo e a emoção se comunicam numa linguagem própria, livre de regras e limitações. Esse encontro íntimo é um espaço sagrado de liberdade, loucura e cumplicidade, onde o improviso e o sentir se tornam a essência da experiência humana.
- Categoria: Erótico
- Visualizações: 16
- Usuários favoritos deste poema: Luana Santahelena, MAYK52, Sezar Kosta
Comentários1
Na paixão e no amor, o pudor fica à entrada da porta.
Belo poema, amiga Luana.
Abraço.
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