Caminho pelas ruas de outrora,
calçadas gastas, bancos vazios,
onde o riso ainda ecoa,
entre as sombras das tardes preguiçosas.
O café da esquina guarda segredos —
vozes que se perderam entre goles,
olhares que agora habitam só a memória,
e a brisa parece sussurrar seus nomes.
Cada esquina é um retrato antigo,
um quadro desbotado pelo sol e pela chuva,
onde caminhar era partilhar histórias,
e o tempo parecia ter outro ritmo, mais lento.
As portas fechadas guardam silêncios,
os passos se repetem, mas não são os mesmos,
e a saudade se espalha, como fumaça leve,
envolvendo as ruas, os rostos, as horas.
Pessoas que foram faróis em noites escuras,
amigos, amores, companheiros do instante,
hoje vivem em fotografias e lembranças,
presenças invisíveis que o tempo não apaga.
E eu, passante entre memórias,
busco nos detalhes — um cheiro, um som,
um gesto antigo que volte a iluminar
a casa onde a alma um dia se fez inteira.
Saudade é um jardim que floresce no cotidiano,
um convite a olhar para trás sem medo,
a reconhecer que, mesmo ausentes,
os que amamos ainda caminham conosco.
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Autor:
Sezar Kosta (
Offline)
- Publicado: 23 de junho de 2025 08:08
- Comentário do autor sobre o poema: O tempo desliza, silencioso e implacável, levando consigo rostos, vozes e passos que um dia cruzaram o nosso caminho. Ficamos nós, com o coração cheio de ecos — fragmentos de risos, de palavras que ficaram no ar, de sonhos partilhados sob o céu de outrora. Às vezes, a memória nos visita como uma brisa suave, trazendo o cheiro das tardes douradas e o calor dos abraços que o tempo não conseguiu apagar. E mesmo que as distâncias cresçam e a vida nos leve por veredas diferentes, a saudade permanece, como um farol antigo, iluminando a estrada de volta para aquilo que fomos juntos.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 22
- Usuários favoritos deste poema: Sezar Kosta, Luana Santahelena
Comentários4
A sensibilidade nas suas palavras é impressionante.
As lembranças realmente nos deixam marcas apesar das dores, é como unir o passado o presente e o futuro. Bom dia poeta.
O CAFÉ DA ESQUINA. Quanta prosa
Entre tudo que rima, sensação gostosa
Dito ou não dito, fica assim:
Olho pra você e você pra mim
Há quanto tempo já conversamos
Desde sempre? Tanto falamos
Mas, parece que nunca nos vimos
Ao contrário. Sempre que nos encontramos
Parece que nesse dia começamos
Foi nesse dia que existimos
Pois desde esse dia
Nosso amor, nosso "se querer"
Inexplicavelmente eternizamos
Parabéns por esta pérola de poemas
Amigão poeta, Sesar Kosta
Abraços poéticos
Este tem lugar no ESQUINA DO CAFÉ
Pode crer
Magnífico poema
Quanta lembrança e doce nostalgia...
Grande inspiração Poeta, parabéns e aplausos
Saudações Poéticas
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