POEMA: NÃO DEIXE O MANGUE MORRER

Francisco Claudio da Costa Claudio

POEMA: NÃO DEIXE O MANGUE MORRER

 

(Cláudio Gia, Macau RN, 21/06/2025)

 

Não deixem o mangue morrer,

Pois nele pulsa a vida em cada raiz,

Memória viva das marés de Macau,

Abraço verde que a natureza nos quis.

 

No final dos anos setenta e oitenta,

Salinas apressadas rasgaram o chão,

Derrubaram árvores, calaram cantos,

Feriram o mangue, sem compaixão.

 

O braço do mar, antes livre e sereno,

Foi fechado, sufocaram a umburana,

Gente simples da Ilha da Favela partiu,

Levando saudade e esperança humana.

 

O tempo passou... silêncio no ar,

Mas o coração inquieto não se calou,

João Eudes e eu, olhos atentos,

Vimos a dor que o barro preto chorou.

 

Fotos tiramos, vozes ecoaram,

Denúncias lançadas ao vento e ao jornal,

A multa chegou, a injustiça tremia,

Pequena vitória, mas essencial.

 

Em oitenta e quatro, novo embate,

Queriam fechar Alagamar também,

Mas o povo unido, com fé e coragem,

Gritou forte: "Aqui o mangue vai bem!"

 

A água voltou, a vida renasceu,

Peixes, caranguejos, o sopro da maré,

A alegria brotou no sorriso da gente,

Com Deus na frente, como sempre é.

 

Jesus Cristo, Onipotente e verdadeiro,

Guiou a luta, renovou o chão,

Por isso cantamos com alma e ternura:

Que o mangue floresça em cada estação!

 

Não deixem o mangue morrer,

Nem hoje, nem amanhã, jamais!

Pois onde há vida, há esperança,

E um futuro de paz, verde e cais.



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