Um poema, para não confessar

Violette

Final de março foi o começo do fim.
Promessas feitas apenas para não perder
o chão que juntos construímos.

O "para sempre" se tornou diminuto —
mas ainda assim, é para sempre.
Só que de uma forma diferente:
para sempre, amigos

Hoje, luto em silêncio
entre o que sinto e o que te escrevo,
cuidando para que as entrelinhas 
escondam o que explode no peito.

Porque, claro, eu não deveria te contar...

Que, quando sei que vou te ver,
meu dia amanhece mais bonito.
Que, quando diz que sente saudades,
eu sorrio do outro lado.
Que você me faz sentir mais viva,
mais bonita.
Que meus olhos brilham quando cruzam os teus.
Que meu coração dança só com o som da tua voz.
Que basta um sorriso teu
para eu ser feliz por um instante.

E também não deveria confessar...

Que meus sonhos se misturam aos teus.
Que, quanto mais longe estou,
mais perto de ti me sinto.
Que penso em você o tempo todo.
Que seu abraço me faz falta.
Seu olhar me faz falta.
Seu riso...
Você, por inteiro, me faz falta.

Que o jeito como mexe na barba é singular.
Que adorei cuidar de você naquela tarde,
acalmar-te com carinho.
E que amei viver nossa cumplicidade 
enquanto massageava meus pés ou 
quando ríamos em silêncio.

É uma pena você nunca saber...

Que quase toda música me leva a você.
Que reviver aquele nosso singelo dia
é tudo o que me restou.

E que, quanto mais tento não ser,
mais eu me torno...

Apaixonada por você.

  • Autor: Violette (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de junho de 2025 23:45
  • Categoria: Amor
  • Visualizações: 4


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