O amor e sua fome
Que mastiga e engole todo e qualquer sentimento barato
Que se nutre de expectativas tantas vezes desnutridas
Que empurra goela a baixo as migalhas deixadas pela necessidade da outra pessoa
Insaciável e faminto feroz, o amor caça
Se esgueira de olhar em olhar
Entre risos, cheiros, gostos
Entre vazios
Entre desejos e paixões
Carícia e gozo
Esperando
Esperando
Só uma oportunidade de dilacerar um coração quente que pulse sangue fresco
Que lhe encha o estômago
Mas não lhe sobra muito
E ele lambe os restos e rói os ossos secos do banquete que lhe foi oferecido
Mendiga pelas noites o amor
Saliva
E só lhe dão de beber o álcool e o vinho amargo da frigidez
Não há mais o que o sacie nesta terra
O amor
morreu de fome
- Autor: Lho César (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 17 de agosto de 2020 15:23
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
Comentários1
Reflexivo poema ! "O amor é infinito, mas o principal se resume em Si Cuidar e Cuidar, o restante não é amar" /// Paz e Bem Poeta !
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